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23.7.06

[em face dos últimos acontecimentos]

TROVANTE

Beirute


Quem recordará como foi
Duvido que ainda haja alguém de pé
Que tenha dançado ao som das noites quentes
De Beirute

Será que alguém chora um ausente
Já não há ninguém para ausentar
Já não há ninguém para soluçar
Em Beirute

Em Beirute
Nem o sol nasce
Em Beirute
Como merece
É mais quente que o ar do deserto
É mais escuro que um buraco aberto
Na memória de uma terra ainda morna
Que já não torna
A ser Beirute

Em Beirute há bares fantasma
Onde outrora o amor se acoitou
E a alegria andava lado a lado
Com Beirute

Na terra onde o calor é quem manda
Havia uma cidade que era assim
Dizia nessa altura mais para mim
Do que Beirute

Quando enfim a história virar
Num tempo de arqueólogos errantes
Veremos corpos e ruínas militantes
Por Beirute

Encontraremos gente tão velha
Que nem parece ser da nossa era
Beijaremos os filhos da guerra
E choraremos
Por Beirute

(do álbum Um destes dias, 1990 - Letra de Luís Represas / Música de João Gil)

17.1.04

ALBERTO LOPES

PERIGO


Sai debaixo das pedras
E vai
Vai

Descola a memória
Flutua no vago
Deixa-te ficar
Há sempre um perigo

Sai debaixo das pedras
E vai
Vai

Vai mais longe mais fundo
Não mudes de assunto
Só porque é mais fácil

Vai
Vai mais longe vai
Vai ao fundo do fundo
Não mudes de assunto
Há sempre um perigo

Longe o ar é mais leve
Pode ser isso o que me chama
Não sei resistir
Nem sei porquê
Pensar que devia...

Vai
Vai mais longe vai
Vai ao fundo do fundo
Não mudes de assunto
Há sempre um perigo

(incluído, com música de João Gil no álbum Um destes dias..., o último dos Trovante)