28.1.05

Na passada terça-feira, morreu, aos 97 anos, um dos funcdadores da modernidade na poesia caboverdiana. Manuel Lopes é um dos nomes maiores da literatura em língua portuguesa. Autor de vasta obra que inclui a poesia, a ficção e o ensaio (dedicou-se também à pintura), escreveu Os Flagelados do Vento Leste, um dos mais significativos romances da literatura africana em português.

Junto com outros, em 1936, criou a revista Claridade, sinal visível de que os escritores africanos não se envergonhavam da sua própria cultura e que reconheciam a sua riqueza imensa. Contemporânea, mas pouco influenciada pelos vários movimentos literários e artísticos da negritude (Senghor, Cesaire, Diop, mas também o que se passava nas Antilhas, sobretudo em Cuba e, claro, o jazz e os blues da América) a Claridade contitui o veículo pelo qual «pela primeira vez nas terras africanas de influência portuguesa se experimenta uma poesia de raiz», nas palavras de Manuel Ferreira (No Reino de Caliban I, Plátano editora, 4ª ed. 1997)

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