23.4.05

LEOPOLDO MARÍA PANERO

IX
LECTURA


Yo no hablo del sol, sino de la luna
que ilumina eternamente este poema
en donde una manada de niños corre perseguida por los lobos
y el verso entona un himno al pus
Oh, amor impuro! Amor de las sílabas y de las letras
que destruyen el mundo, que lo alivian
de ser cierto, de estar ahí para nada,
como un arroyo
que no refleja mi imagen,
espejo del vampiro
de aquel que, desde la página
va a chupar tu sangre, lector
y convertirla en lágrimas y en nada:
y a hacerte comulgar con el acero.

(de Piedra Negra o del Temblar, 1992)


IX
LEITURA

Eu não falo do sol, apenas da lua
que ilumina eternamente este poema
por onde uma manada de crianças corre perseguida pelos lobos
e o verso entoa um hino ao pus.
Ó amor impuro! Amor às sílabas e às letras
que destroem o mundo, que o aliviam
de ser correcto, de estar aí para nada,
como um ribeiro
que não me reflecte a imagem,
espelho do vampiro
daquele que, através da página
te vai chupar o sangue, leitor
e convertê-lo em lágrima e em nada:
e te vai fazer comungar com o aço.

(tradução minha)

Sem comentários: