18.9.05

MARIANNE MOORE

PARA UMA AVE DE PRESA


Convéns-me, pois nem sequer te tomo a sério,
e não ficas cega pela palha que rodopia
ao ser trazida de uma meda pelos ventos.

Sabes pensar e o que pensas dizes
com muito do orgulho e fria firmeza
de Sansão, e ninguém ousa deter-te.

O orgulho assenta-te bem, tão empertigada, ave colossal.
Nenhuma capoeira te faz parecer absurda;
às tuas garras atrevidas são fortes, contra a derrota.

(de Poemas de Marianne Moore e Elisabeth Bishop, tradução de Maria de Lourdes Guimarães, Campo das Letras - colecção o aprendiz de feiticeiro)

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