21.11.10

TOMAZ KIM


TEMPO DA HISTÓRIA


Ao princípio, o viril desflorar do medo,
Lúcida loucura e cobiça e fé e garbo
A rematar uma nação quatro séculos alfim,
Sem medir quantas lanças, quanto sangue.

Declamaram-se versos de epopeia
Espontânea e sem freio.
Amaram-se corpos de sol e canela
E de sal e tufões, o leito.

Desfolhada a rosa-dos-ventos,
Ficou ainda a memória viva
A reter, donairoso, o sonho.

Da rosa-dos-ventos, agora,
Suas pétalas e a loucura e o garbo
Que lábaro, que labéu, que lamúria?


(de Exercícios Temporais, 1966)

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