8.8.11

Desprevenidos perante um poema
Procuramos segurança numa margem
Tentando o equilíbrio na forma dos pés
Sobre o gelo liso.

Há um breve arrumar de vestígios,
Depois. Há uma vida inteira,
Compacta, a surgir, deslizando, nossa,
E evitando a queda, reagindo.

São passagens, pontes, cordas gastas,
Por onde vamos da falta de medo
À vigilância. Terra empapada

Feita de regressos, evocações,
Pontos distantes de recomeço,
Surpresa sempre como somos.


No comboio para o Porto, 24-3-2011

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