6.3.11

PEDRO TAMEN


17. AINDA ELE:

Não, não sou bom nem sou mau,
apenas estendo as mãos no negro
futuro talvez inexistente
e só a ti encontro,
numa luz súbita e plena
que afinal nada prenuncia.

E sento-me então no fosco adereço
que não sei quem aqui me dedicou
e olho ao longe o nada desta noite
que um dia, sabes, acabará sem mim.


(de Um Teatro às Escuras, publicações Dom Quixote, 2011)

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