17.3.04

G. K. CHESTERTON

W. B. É talvez o melhor conversador que jamais encontrei, excepto talvez o pai dele, coitado, mas esse não conversará mais na sua taberna terreal, já que se encontra, assim o espero, conversando no Paraíso. Entre vinte outras qualidades, ele possuía uma coisa muito rara contudo real; um estilo absolutamente espontâneo. As palavras não saltavam como água da sua boca, da mesma maneira que os tijolos não saltam para formar uma casa; na sua boca as palavras acendiam-se, simplesmente, como claridade, como se fora possível construir uma catedral com a rapidez com que um prestigitador constrói um castelo de cartas. Uma frase extensa, equilibrada e elaborada, com ramificações alternativas ou antitéticas, fluía na sua boca, com as exactas palavras chovendo no lugar exacto, com a mesma inocência e prontidão com que a maior parte das pessoas diria que o dia estava bonito ou que os jornais traziam uma notícia cómica.

(da Autobiografia, trad. e notas de Luís de Sousa Costa, Livraria Morais editora, 1960 - Círculo do Humanismo Cristão)

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