12.9.05

[o canto e a ceifa III]

OSSIP MANDELSTAM


Quando sai para os céus a lua citadina,
E a noite prenhe de cobre e mágoa cresce,
E de lua a cidade espessa se ilumina,
E a cera canora ao tempo rude cede,

E na sua torre de pedra o cuco chora,
E a pobre ceifeira - no mundo dessangrado -
Ajeita de leve agulhas da sombra enorme
E as lança, palha amarela, no sobrado...

(de Guarda a Minha Fala para Sempre, tradução Nina Guerra e Filipe Guerra, Assírio & Alvim, 1996)

Sem comentários: