HILDA HILSTQuisera dar nome, muitos, a isso de mim
Chagoso, triste, informe. Uns resíduos de tarde
Alguma aves, e asas buscando tua cara de fuligem.
De áspide.
Quisera dar o nome de Roxura, porque a ânsia
Tem parecimento com esse desmesurado de mim
Que te procura. Mas também não é isso
Este meu neblinar contínuo que te busca.
Ando em grandes vaguezas, açoitando os ares
Relinchando sombras, carreando o nada.
Os que me vêem me gritam: com tem passado
A aldeã de sua alteza? E há chacotas e risos.
Mas vem vindo de ti um entre muro de sons e de cicios
Um labiar de sabores, um sem nome de passos
Como se águas pequenas desaguassem
Num pomar de abios. Como se eu mesma
Flutuasse, cativa, ofélica, sobre a tua Grande Face
(de
Sobre a Tua Grande Face, 1986)