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8.11.05

A propósito dos acontecimentos destes dias em Paris, merece destaque a declaração do presidente da Conferência Episcopal Francesa, reproduzida ontem na Terra da Alegria pelo Zé Filipe.
Coisas que já sabemos, mas que é importante serem repetidas e lembradas.

28.9.05

Não estou presente hoje na Terra da Alegria, mas Vital Moreira, no Causa Nossa teve a gentileza de publicar uma mensagem que lhe enviei ontem procurando estabelecer um paralelo entre os encontros do Papa com a Fraternidade S. Pio X e com Hans Kung.
Vital Moreira responde referindo que "foram precisos dois meses para que Bento XVI 'compensasse'" um encontro com o outro, acrescentando a dúvida de este se ter devido "às reacções negativas causadas pelo primeiro", mas não repara que na notícia da Agência Ecclesia a que faz ligação se diz que, segundo o próprio Kung, "o encontro do passado sábado resultou de uma troca de correspondência com o Papa, começada pouco tempo depois da eleição de Joseph Raztinger" (sublinhado meu).
Por outro lado destaca o facto de desta vez não ter havido "os votos de trabalhar em conjunto para uma 'perfeita comunhão'" como com os herdeiros de Lefevre. Ora, tal coisa seria muito de estranhar com o teólogo, pois este, ao contrário dos dirigentes da Fraternidade S. Pio X, não está em situação de excomunhão.

22.6.05

[Contraditório (sabendo a pouco...) ao texto do Miguel hoje na TdA]

A Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos Portugueses condenou a manifestação da Frente Nacional, que teve lugar este sábado em Lisboa, considerando que os organizadores pecam por uma "visão racista e xenófoba".
"Consideramos legítimo e necessário que os cidadãos manifestem as suas posições e também a sua indignação perante actos e situações que consideram ofensivas do projecto pessoal e colectivo garantido pela lei fundamental do país, mas demarcamo-nos radicalmente dos promotores da manifestação tanto na análise das causas dos problemas, como nas propostas da sua superação", escrevem os Religiosos e Religiosas.
Apontado o dedo a propostas que vão na linha da "limpeza étnica", a mensagem explica que "não podemos continuar a chamar estrangeiros a quem já tem a nacionalidade portuguesa, ou a quem nasceu e sempre viveu em Portugal, ou ainda a quem com toda a probabilidade aqui terá o futuro". A respeito dos recentes acontecimentos na praia de Carcavelos, os Religiosos entendem que esse facto "não passa de um sinal do mal-estar presente na sociedade portuguesa e que tende a agravar-se".
"Desejamos que os governantes tenham a lucidez e a coragem para não escutarem somente aqueles que têm poder reivindicativo, mas que se preocupem por criar condições para que a nossa sociedade não se transforme numa selva onde o que tem garras maiores, com maior quinhão vai ficar", alertam.
Em conclusão, a Comissão Justiça e Paz dos Religiosos manifesta a sua "indignação" com "tudo o que constitui negação da cidadania, não respeitando os direitos e não cumprindo os deveres correspondentes".
"Estamos convencidos de que se todos nós e aqueles que mandatamos para a condução do país estivéssemos informados e interessados em criar um país que não nos envergonhasse pelos desequilíbrios existentes, seguramente não contemplaríamos cenas como as que agora nos preocupam", sublinha o documento.

(Agência Ecclesia - edição Semanal n.º 1013, 21 de Junho de 2005 - negritos da minha responsabilidade)

19.4.05

"Consola-me o facto de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações."

28.7.04

Genocídio em Darfur

O Nuno da Rua da Judiaria tem estado a chamar a atenção, desde sexta-feira, para o genocídio que está nestes dias a acontecer no Sudão.

O boletim da Agência Ecclesia desta semana, também denuncia a situação e dá conta de alguns esforços que estão a ser desencadeados. Transcrevo:

«Ajuda para o Sudão
O enviado especial de João Paulo II ao Sudão, o arcebispo Josef Cordes, pediu aos católicos do mundo que se mobilizem por meio das instituições católicas de assistência, como a Cáritas, para sair em ajuda das populações do Darfur. O arcebispo, presidente do Conselho Pontifício "Cor Unum", fez uma análise dramática da situação no Darfur, região ocidental do Sudão, numa entrevista concedida à agência televisiva Rome Reports.
"Fala-se de dois milhões de refugiados, é um genocídio como o do Ruanda, mas em câmara lenta", assegura. Para explicar a origem do conflito, o prelado refere que "o povo sentia que não era bem tratado. Deste modo, criou-se um grupo de rebeldes que empreendeu a guerra contra o governo, contra o Estado". "Agora o governo actua contra eles para restabelecer a ordem e não parece que o faça da melhor maneira. Utiliza grupos milicianos tribais para atacar a população de Darfur", explica o arcebispo, após constatar que cerca de dez mil pessoas morreram neste conflito regional nos últimos meses.
A Caritas Internacionalis fez um apelo de forma a recolher dezoito milhões de dólares para levar ajuda, água, medicamentos e construir refúgios no Darfur. O presidente do "Cor Unum", que visita em nome de João Paulo II os locais do mundo mais afectados pela guerra ou pelas catástrofes naturais lamenta que o governo de Cartum "não facilite o acesso para fazer chegar estas ajudas às populações" e pede que "a comunidade internacional faça pressão sobre o governo do Sudão".
A Caritas Internationalis, confederação de 154 organizações católicas de ajuda, desenvolvimento e serviço social, já alertou para os números da crise humanitária no Darfur, província sudanesa, assinalando que mais de 1 milhão e 200 mil pessoas foram forçadas a abandonar os seus lares e estão espalhadas por um território duas vezes superior ao de França. As Nações Unidas estimam que mesmo que a ajuda internacional seja imediatamente entregue, 300 mil pessoas estão em risco de morte.»

Entretanto, a mesma agência acrescenta on-line mais desenvolvimentos.

9.4.04

Cardeal CARLO MARIA MARTINI

A Beleza crucificada: Sexta-feira Santa e o hoje da dor do homem


A Cruz é revelação da Trindade na hora da “entrega” e do abandono: o Pai é Aquele que entrega o Filho à morte, por nós; o Filho é Aquele que Se entrega por nosso amor; o Espírito é o Consolador no abandono, entregue pelo Filho ao Pai, na hora da Cruz (“E inclinando a cabeça, entregou o Espírito”: Jo 19, 30; cf. Hb 9, 14) e pelo Pai ao Filho, na ressurreição (cf. Rm 1, 4). Na Cruz, a dor e a morte entram em Deus por amor dos sem Deus: o sofrimento divino, a morte em Deus, a debilidade do Omnipotente são outras tantas revelações do seu amor pelos homens. É este amor incrível e ao mesmo tempo suave e atraente que nos envolve e fascina, exprimindo a verdadeira Beleza que salva. Este amor é fogo devorador, ao qual só se pode resistir por uma incredulidade obstinada ou por uma recusa persistente em nos colocarmos em silêncio frente ao seu mistério, ou seja, pela rejeição “da dimensão contemplativa da vida”.
É verdade que o Deus cristão não dá, deste modo, uma resposta teórica à interrogação sobre o porquê da dor do mundo. Ele oferece-Se, simplesmente, como “guardião”, como “seio” dessa dor, o Deus que não deixa que se perca nenhuma lágrima dos seus filhos, porque as faz suas. É um Deus próximo, que precisamente na proximidade revela o seu amor misericordioso e a sua ternura fiel. Convida-nos a entrar no coração do Filho, que se abandona ao Pai, e a sentir-nos, assim dentro do próprio mistério da Trindade.
O Filho é o grande companheiro do sofrimento humano, Aquele que nos é dado reconhecer em todos os sofrimentos, sobretudo naqueles aos quais chamamos “inocentes”. O rosto “frente ao qual todos cobrem o rosto” (Is 53, 3), revela-se-nos como um rosto belo, aquele que Madre Teresa de Calcutá contemplava com ternura nos seus pobres e nos moribundos.

(de Que beleza salvará o mundo?, edições Paulinas, 1999)

8.4.04

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA

(...) espantam as palavras de Jesus que nesta quinta-feira santa, especialmente, se recordam. Ele pegou no pão e disse: "Tomem e comam dele, pois este pão é o meu corpo entregue por vós". A Eucaristia, por vezes repetida como mero culto devoto, rotineiro signo de uma pertença sociológica implícita, é, na verdade, o lugar vital da decisão sobre o que fazer da vida. Todas as vidas são pão, mas nem todas são Eucaristia, isto é, oferta radical de si, entrega, doação, serviço. Todas as vidas chegam ao fim, mas nem todas vão até ao fim no parto dessa utopia (humana e divina) que trazem inscritas. É disto que a Eucaristia fala.

(vale a pena ler o texto completo)
PIERRE JOUNEL

Da Ceia do Senhor à Eucaristia da Igreja


A Eucaristia da Igreja mergulha as suas raízes na Ceia de Jesus. Ao reunirem-se para celebrar a Refeição do senhor, os cristãos comem do pão partido e bebem do cálice de vinho, depois de o sacerdote ter pronunciado, na oração de bênção, as palavras de Jesus: Tomai e comei, isto é o meu corpo. Bebei todos deste cálice: este é o meu sangue (Mt 26, 27). Fazei isto em memória de mim (Lc 22, 19).
Memorial da última Ceia, A Eucaristia deveria ser marcada pela tristeza das despedidas do Mestre e do anúncio da sua morte próxima, morte que ela antecipava em mistério: o pão e o vinho tornam-se, de facto, o corpo entregue e o sangue derramado (Lc 22, 19-20). E, no entanto, a celebração desenrola-se em clima de alegria, é "eucaristia", o que quer dizer, simultaneamente, bênção, louvor, acção de graças. É a repetição da refeição tomada por Jesus com os seus apóstolos, ao começar a sua paixão, e realiza-se à lus da Páscoa. A paixão dolorosa tornou-se aí "bem-aventurada paixão", paixão triunfal. Na véspera da sua morte, Jesus falara aos seus do vinho novo que beberia com eles no reino de seu Pai. E eis que, na tarde da ressurreição, Ele parte o pão aos dois discípulos, com quem se juntaria na estrada de Emaús (Lc 24, 30), e a seguir partilha, com os dez apóstolos reunidos na cidade, o que sobrara da refeição deles (Lc 24, 41). Algum tempo depois, dir-lhes-á, junto à margem do lago da Galileia: vinde almoçar (Jo 21, 12). Por fim, depois de se ter sentado com eles à mesma mesa, deixou-os para voltar para seu Pai (Act 1, 4).
A partir desse momento, a lembrança da refeição que antecipou o sacrifício da cruz ficou unida à das refeições tomadas com o Ressuscitado.
(...)
Morte e ressurreição, preparadas por uma inserção íntima de Deus na família humana, tal é o mistério pascal de Cristo, mistério que se perpetuará ao longo dos séculos na liturgia da Igreja.

(de A Missa Ontem e Hoje, Gráfica de Coimbra, 1988)

25.3.04

Ecce ancilla Domini

[hoje, nove meses antes do Natal, a Igreja celebra a solenidade da Anunciação]

4.3.04

DISCUSSÃO QUARESMAL DE DOIS IRMÃOS NA FÉ, EM JEITO DE ANÚNCIO DE PIZZAS

A Paixão ou a Páscoa?

26.2.04

Começou ontem a Quaresma.
Ao impôr-me as cinzas o padre disse: "converte-te e acredita no Evangelho".
Também a ele, antes, foram impostas cinzas e dito o mesmo.
Também o Papa, em Roma, recebeu as cinzas e foi exortado à conversão e a acreditar no Evangelho.

Nós, cristãos, mais que os ímpios, precisamos disto.

14.2.04

Hoje as convenções consumistas festejam um tal São Valentim, diferente do que consta do martiriológio romano. Pacheco Pereira diz até que este "é o dia do amor liofilizado".

A Igreja Católica continua a considerar Valentim como um exemplo digno de ser seguido, mas neste dia dá maior destaque aos santos Cirilo e Metódio, dois irmãos que viveram no século IX e que, oriundos da cidade de Salónica (agora Tessalónica) na região dos Balcãs, se tornaram nos evangelizadores da toda a zona eslava.
João Paulo II declarou-os co-padroeiros da Europa no último dia de 1980, manifestando assim, que a expansão do cristianismo neste continente foi (está a ser) vivida em todo o seu território e que as diferenças culturais não são entrave a uma unidade de facto numa fé comum, assim nos saibamos conhecer uns aos outros. Como o Papa gosta de dizer: "uma Europa que respira com dois pulmões".

(Há uma carta encíclica, que vale a pena ler, sobre estes santos: Slavorum Apostoli, de 1985 - não está disponível on-line em potuguês, mas existe uma edição da editora do Apostolado da Oração, de Braga)

5.2.04

Luta contra o aborto

João Paulo II pediu a mobilização de todas as comunidades católicas para defender a vida humana, em especial a das crianças ainda por nascer, "não contra as mães, mas junto às mães".
"Não temos que nos resignar diante dos ataques à vida humana, dos quais o primeiro é o aborto!" referiu o Papa, antes da oração do Angelus, na Praça de São Pedro.
Evitando contrapôr os direitos da mãe aos do filho, João Paulo II vincou que "há que multiplicar os esforços para que o direito à vida dos filhos que ainda não nasceram se afirme, não contra as mães, mas junto com elas".

(do boletim da Agência Ecclesia, 3 de Fevereiro de 2004 - sublinhado meu)

27.1.04

As formas do Espírito é a exposição que está até Abril no Palácio da Ajuda, em Lisboa. É composta por obras de arte sacra vindas da diocese de Beja. Obras que refletem a variedade de manifestações da religiosidade cristã ao longo dos séculos naquela zona do Alentejo: a arte mais popular convive com a mais "erudita"; a simplicidade e o fausto harmonizam-se para o culto religioso; os vestígios de simbologias "estranhas" deixam perceber que as influências do islão, e também do judaísmo, foram (são?) mais do que meros pormenores etnográficos num espaço cultural que soube manter, apesar da dureza dos tempos, muito das suas raízes mais profundas.

*

De salientar, a propósito, o excelente trabalho, desenvolvido ao longo de vários anos, pelo Departamento do Património Histórico-Artístico da Diocese de Beja, de que esta exposição, em colaboração com o IPPAR, e que já passou por Roma, é apenas um bom exemplo.

25.1.04

Na conclusão da semana de oração pela unidade dos cristãos, apenas um pequeno cântico da Comunidade de Taizé:

Na nossa escuridão
acende, Senhor,
a tua luz de amor.

18.1.04

Começa hoje a semana de oração pela unidade dos cristãos.

Penso que a unidade dos cristãos não é uma coisa que tenha que depender de políticas, acordos ou muito menos negociações ou exigências. Não é uma coisa de estratégias ou análises geo-estratégicas.

Contudo é, de facto, uma urgência, como diz o Papa. Mas não a qualquer preço.

Pelo que vou sentindo, acho que nesta questão do entendimento entre cristãos precisamos, antes de mais, de saber bem em que é acreditamos, as nossas próprias histórias de luzes e sombras e distinguir o essencial do acessório e, depois, é necessário conhecer os outros, perceber-lhes as razões históricas e doutrinais.

Os ferverosos do ecumenismo insistem com persistência na valorização daquilo que nos une, nos encontros apaixonados e de partilha absoluta.
As precipitações geram equívocos e novos e mais graves problemas.
Sou pela prudência. Os entusiasmos precipitados podem-nos levar à confusão. Às tantas, com tanta partilha e suposta unidade podemos ficar sem saber o que é importante e o que não é. A relativização dos valores religiosos adquiridos ao longo de uma vida pode ser fatal. Não faz sentido abdicar de valores que sempre se tiveram como certos apenas por uma questão de mero entendimento momentâneo.

Acho importantíssimos os apelos do Papa para que os católicos, em comunidade ou individualmente, estabeleçam contacto com comunidades ou indivíduos de outras tradições cristãs, sobretudo através da oração e da leitura do Evangelho, mas creio que também o distanciamento prudente é essencial para estabelecer uma unidade. Há uma certa distância propícia à melhor contemplação e percepção. Além disso, é necessário assumirmos que somos diferentes, que temos concepções e ideias distintas de uma fé que decerto radica no mesmo Senhor, Jesus Cristo. A unidade a ser feita só pode ser aquela que o Espírito, que sopra onde (...e como ...e quando) quer, permitir.

Parece-me mais importante para a unidade dos cristãos ir almoçar com um protestante e conversarmos acerca dos penalties da última jornada, do que aventurarmo-nos em considerações teológicas. (eu, que nem ligo a futebol...)

7.1.04

"Os cristãos desejam-se arrombadores de arte sacra", considera ele e muito bem, a propósito daquela minha entrada de ontem.