8.12.05

VÍTOR NOGUEIRA

LET THERE BE LIGHT


Não há ruas perdidas numa cidade de luzes.
(Verdade ireefutável - essa de as pessoas
quererem por força colorir as suas vidas.)
Estendo os olhos na primeira direcção: um presépio
numa montra a jurar que o Natal chega em Novembro,
com o décimo terceiro mês da função pública.

De que nos serve esta luz sobre Lisboa?

(de Cinco Visitas ao Pássaro-da-Morte, in Telhados de Vidro nº 3 - Novembro 2004)

7.12.05

Almocei hoje com o pastorinho a quem apareceu a Maria há uns meses.
[Porque a Terra]

SILVINA RODRIGUES LOPES

  • O princípio e o fim confundiam-se. Nem o canto das cigarras deixava que o dia fosse. só dia, nem a claridade da noite impedia o grito.
    Era o vento nos ramos da figueira. Chuva, fogo, zangas de Deus e a alegria como relâmpagos. Concreto era tudo, porque ardia nos olhos, nas feridas de tantas quedas.


(de Sobretudo as vozes, edições Vendaval, 2004)

5.12.05

O quase oculto 75º aniversário da morte de Raul Brandão apanha-me ocupado e entusiasmado com a sua Obra, mais concretamente com a novela "A Farsa", mas com perspectivas de passar a outras obras (pretendo acabá-la e passar para "A morte do Palhaço" para depois entrar no "Húmus" e em "Os Pescador", mas acho que não deve fazer grande sentido falar de obras menores vs. obras maiores).
Só me pergunto: como é que não comecei a ler este tipo antes?