[outros melros XIX]
FRANCISCO BRINES
O PACTO QUE ME RESTA
E como devolver a minha vida à luz
da manhã, as lágrimas nocturnas,
o assombro do mar, os silêncios do melro,
o tempo de uma tarde inacabável?
E como devolver suas diferenças
à dor e à ventura,
e ser ambas amadas de igual modo,
pois ambas completam o sabor aceso da vida?
Quando a idade é já desventurada
e o dia é uma pétala,
e já mal restam rosas,
não é possível recuperar o mundo.
Acolhe-te a uns olhos, jovns só,
e com eles descobre o mundo que perdeste.
E que depois te olhem, para ser deste mundo.
(de El Otoño de las Rosas, 1986 - traduzido por José Bento, in Ensaio de Uma Despedida, Assírio & Alvim, 1987)
22.5.04
21.5.04
[SONETOS À SEXTA-FEIRA]
LEONOR DE ALMEIDA (Marquesa de Alorna)
Retratar a tristeza em vão procura
Quem na vida um só pesar não sente
Porque sempre vestígios de contente
Hão-de apar'cer por baixo da pintura:
Porém eu, infeliz, que a desventura
O mínimo prazer me não consente,
Em dizendo o que sinto, a mim somente
Parece que compete esta figura.
Sinto o bárbaro efeito das mudanças,
Dos pesares o mais cruel pesar,
Sinto do que perdi tristes lembranças;
Condenam-me a chorar e a não chorar,
Sinto a perda total das esperanças,
E sinto-me morrer sem acabar.
ALICE MODERNO
OS MÁRTIRES
A Gomes Leal
A vida atravessaram, fustigados
Pelo rigor ignaro da ignorância;
Mas perseguindo o Ideal, com fervida ânsia,
Ao culto de uma Ideia devotados.
No aspérrimo percurso da distância
Do berço, à vala dos crucificados,
Não realizaram místicos noivados,
Nenhuma flor lhes deu sua fragância!
Mas ouviu-lhes os fúnebres gemidos
A consciência humana, que aos vencidos
Vai levar às geenas o resgate.
E hoje pairam mais alto que os condores
E mais gloriosos do que os vencedores
Que empunharam a espada no combate!
NATÁLIA CORREIA
ARS AURIFERA I
Do soneto que sémen e ovo inclui
Tal, prévio à queda, o ser original,
A primeira estrofe é fêmea e flui
Húmida e dócil ao coito mineral
Que outra estância supõe. Nela a possui
O pai plasmante p'ra que seja igual
O céu e a terra: amor que restitui
Ao início unicaule o bem o mal.
Ó verso essente! Concluso o hermafrodita,
Flamejante desponta com seis pontas
A estrela que ao poeta sela os lábios:
Misterioso nó que em sacra escrita
Cimos e abismos une. E ficam prontas
As letras em que chispa a luz dos Sábios.
MARIA ALBERTA MENÉRES
UMA PEQUENA PEDRA ESCONDE A LUZ
Uma pequena pedra esconde a luz
que dentro dela lhe ilumina o medo
qual coração sensível se reduz
para oculta melhor nenhum segredo.
No charco imundo a estrela que reluz
acende ao seio o sono tarde ou cedo
quando o pastor de ovelhas as conduz
por entre as redondilhas do arvoredo.
Minha mãe que soletras os meus dias
vendo que em entrelinhas se me esconde
o vício de escrever as alegrias,
diz-me as palavras de dizer por onde
hei-de inventar planuras mais vazias
se é que o silêncio em eco me responde.
LUIZA NETO JORGE
SO-NETO JORGE, Luiza
A silaba que o poema é estulto
o amado abre os dentes e eu deslizo;
sismos, orgasmos tremem-lhe no olhar
enquanto eu, quase a rimar, exulto.
Conheço toda a terra só de amar:
sem nós e sem desvãos, um corpo liso.
Tenho o mênstruo escondido num reduto
onde teoricamente chega o mar.
Nos desertos - íntimos, insuspeitos -
já caem com a calma as avestruzes
- ou a distância, com os oásis finda;
à medida que nos arcaicos leitos
se vão molhando voes e alcatruzes
ao descerem ao fundo pego, e à vinda.
LEONOR DE ALMEIDA (Marquesa de Alorna)
Retratar a tristeza em vão procura
Quem na vida um só pesar não sente
Porque sempre vestígios de contente
Hão-de apar'cer por baixo da pintura:
Porém eu, infeliz, que a desventura
O mínimo prazer me não consente,
Em dizendo o que sinto, a mim somente
Parece que compete esta figura.
Sinto o bárbaro efeito das mudanças,
Dos pesares o mais cruel pesar,
Sinto do que perdi tristes lembranças;
Condenam-me a chorar e a não chorar,
Sinto a perda total das esperanças,
E sinto-me morrer sem acabar.
ALICE MODERNO
OS MÁRTIRES
A Gomes Leal
A vida atravessaram, fustigados
Pelo rigor ignaro da ignorância;
Mas perseguindo o Ideal, com fervida ânsia,
Ao culto de uma Ideia devotados.
No aspérrimo percurso da distância
Do berço, à vala dos crucificados,
Não realizaram místicos noivados,
Nenhuma flor lhes deu sua fragância!
Mas ouviu-lhes os fúnebres gemidos
A consciência humana, que aos vencidos
Vai levar às geenas o resgate.
E hoje pairam mais alto que os condores
E mais gloriosos do que os vencedores
Que empunharam a espada no combate!
NATÁLIA CORREIA
ARS AURIFERA I
Do soneto que sémen e ovo inclui
Tal, prévio à queda, o ser original,
A primeira estrofe é fêmea e flui
Húmida e dócil ao coito mineral
Que outra estância supõe. Nela a possui
O pai plasmante p'ra que seja igual
O céu e a terra: amor que restitui
Ao início unicaule o bem o mal.
Ó verso essente! Concluso o hermafrodita,
Flamejante desponta com seis pontas
A estrela que ao poeta sela os lábios:
Misterioso nó que em sacra escrita
Cimos e abismos une. E ficam prontas
As letras em que chispa a luz dos Sábios.
MARIA ALBERTA MENÉRES
UMA PEQUENA PEDRA ESCONDE A LUZ
Uma pequena pedra esconde a luz
que dentro dela lhe ilumina o medo
qual coração sensível se reduz
para oculta melhor nenhum segredo.
No charco imundo a estrela que reluz
acende ao seio o sono tarde ou cedo
quando o pastor de ovelhas as conduz
por entre as redondilhas do arvoredo.
Minha mãe que soletras os meus dias
vendo que em entrelinhas se me esconde
o vício de escrever as alegrias,
diz-me as palavras de dizer por onde
hei-de inventar planuras mais vazias
se é que o silêncio em eco me responde.
LUIZA NETO JORGE
SO-NETO JORGE, Luiza
A silaba que o poema é estulto
o amado abre os dentes e eu deslizo;
sismos, orgasmos tremem-lhe no olhar
enquanto eu, quase a rimar, exulto.
Conheço toda a terra só de amar:
sem nós e sem desvãos, um corpo liso.
Tenho o mênstruo escondido num reduto
onde teoricamente chega o mar.
Nos desertos - íntimos, insuspeitos -
já caem com a calma as avestruzes
- ou a distância, com os oásis finda;
à medida que nos arcaicos leitos
se vão molhando voes e alcatruzes
ao descerem ao fundo pego, e à vinda.
20.5.04
Frei AGOSTINHO DA CRUZ
À ASCENSÃO
Lá vos tornais, Senhor, onde subistes
Para lá nos subir, donde descestes;
Nascestes para nós, por nós morrestes,
Morto por nos da vida ressurgistes.
A nossa humanidade, que vestistes,
Vestida para o céu levar quisestes;
E tudo quanto nela merecestes,
Connosco livremente repartistes.
O nascer, o morrer, o ressurgir,
O subirdes ao céu por nos mostrar
O caminho, por onde havemos d'ir;
Tudo tem muito em si que contemplar;
Mais, muito mais, em mim ver-vos partir,
Sem vos poder, Deus meu, acompanhar.
À ASCENSÃO
Lá vos tornais, Senhor, onde subistes
Para lá nos subir, donde descestes;
Nascestes para nós, por nós morrestes,
Morto por nos da vida ressurgistes.
A nossa humanidade, que vestistes,
Vestida para o céu levar quisestes;
E tudo quanto nela merecestes,
Connosco livremente repartistes.
O nascer, o morrer, o ressurgir,
O subirdes ao céu por nos mostrar
O caminho, por onde havemos d'ir;
Tudo tem muito em si que contemplar;
Mais, muito mais, em mim ver-vos partir,
Sem vos poder, Deus meu, acompanhar.
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Agostinho da Cruz,
Portuguesa,
sonetos
19.5.04
"Quem suspeitar de Cristo / Em sóis quotidianos"
Vem o longo poema anterior a propósito da saída, hoje, de mais uma série de textos na Terra da Alegria e do novo blog do Carlos, Partículas Elementares.
Vem o longo poema anterior a propósito da saída, hoje, de mais uma série de textos na Terra da Alegria e do novo blog do Carlos, Partículas Elementares.
NATÉRCIA FREIRE
OS SUSPEITOS
Quem descobrir alguém
suspeito de ser cristão
informe a autoridade
O Massacre de Shimabara em 1638
Quem suspeitar do amor
Com filiformes sedas
E veias incorruptas
E prolongadas fontes
Quem suspeitar da luz
Na doce obscuridade
Informe a autoridade.
Quem suspeitar da fome
À mesa reluzente.
Quem suspeitar da Cruz
Entre a família ausente
Quem suspeitar da sede
Por dentro da amizade
Informe a autoridade.
Quem suspeitar que há laços
De bíblicas imagens.
Lázaro ao nosso lado.
Novas ressurreições.
E Cristo no pecado
E romanas miragens
Nos circos, nos algozes,
Coroados de louros.
Quem suspeitar da esperança,
No átrio da memória
Da imensa liberdade
Que o suicídio evade,
Informe a autoridade.
E o mais suspeito vem
Bater à noite morta.
Traz nos dedos de garras
Sangrando, um coração.
Gota, a gota, nos lábios
O futuro da Vida
Canta no espaço humano
A enorme transfusão.
Na eterna leucemia
Do renovado dia
Apavora o suspeito
A paz do hospital.
Branco, branco o elemento
Que embala o pensamento.
- Mas sonho sonolento.
Mas subtil caridade -
Ao vampiro do Tempo
Impõe a edilidade
Que o conselho dos velhos
Informe a autoridade...
A multidão das sombras
As hostes das visões
Computadores cruéis
Mais os homens robots
Instalaram nos lares
Ouvidos e espiões.
Em corações de corda
Em frios corações
Deitaram a paixão.
- Trituraram as paixões.
Mas o massacre aguarda
As ordens implacáveis.
Quem suspeitar do amor
Em filiformes sedas.
Quem suspeitar da sede
Por dentro da amizade.
Quem suspeitar da esperança
No átrio da memória,
Da imensa liberdade
Que o suicídio evade.
Quem suspeitar de Cristo
Em sóis quotidianos
No peito lacerado
Aberto ao companheiro,
E quem quiser dizer
O que dizer não há-de,
Avise a autoridade
(de Os Intrusos, 1971)
OS SUSPEITOS
Quem descobrir alguém
suspeito de ser cristão
informe a autoridade
O Massacre de Shimabara em 1638
Quem suspeitar do amor
Com filiformes sedas
E veias incorruptas
E prolongadas fontes
Quem suspeitar da luz
Na doce obscuridade
Informe a autoridade.
Quem suspeitar da fome
À mesa reluzente.
Quem suspeitar da Cruz
Entre a família ausente
Quem suspeitar da sede
Por dentro da amizade
Informe a autoridade.
Quem suspeitar que há laços
De bíblicas imagens.
Lázaro ao nosso lado.
Novas ressurreições.
E Cristo no pecado
E romanas miragens
Nos circos, nos algozes,
Coroados de louros.
Quem suspeitar da esperança,
No átrio da memória
Da imensa liberdade
Que o suicídio evade,
Informe a autoridade.
E o mais suspeito vem
Bater à noite morta.
Traz nos dedos de garras
Sangrando, um coração.
Gota, a gota, nos lábios
O futuro da Vida
Canta no espaço humano
A enorme transfusão.
Na eterna leucemia
Do renovado dia
Apavora o suspeito
A paz do hospital.
Branco, branco o elemento
Que embala o pensamento.
- Mas sonho sonolento.
Mas subtil caridade -
Ao vampiro do Tempo
Impõe a edilidade
Que o conselho dos velhos
Informe a autoridade...
A multidão das sombras
As hostes das visões
Computadores cruéis
Mais os homens robots
Instalaram nos lares
Ouvidos e espiões.
Em corações de corda
Em frios corações
Deitaram a paixão.
- Trituraram as paixões.
Mas o massacre aguarda
As ordens implacáveis.
Quem suspeitar do amor
Em filiformes sedas.
Quem suspeitar da sede
Por dentro da amizade.
Quem suspeitar da esperança
No átrio da memória,
Da imensa liberdade
Que o suicídio evade.
Quem suspeitar de Cristo
Em sóis quotidianos
No peito lacerado
Aberto ao companheiro,
E quem quiser dizer
O que dizer não há-de,
Avise a autoridade
(de Os Intrusos, 1971)
18.5.04
MARÍA VICTORIA ATENCIA
SE A BELEZA...
Se a beleza em seu frescor deve ceder,
não deixes que se extinga em mim seu poderio,
pois se dei preferência a outros dons, não tive
em menosprezo o alto valor de teus favores:
a possível beleza de que me cumulaste
ou que assim parecia a quem mais que a mim quis,
pois com acréscimo gozar me concedeste
de apaixonado amor, enchendo com excesso
o jarro que aprontado levei para o encontro.
O barro fendilhado, sem gatos nem remendos,
deixa-me uma excelência a demorar a morte.
(de Marta e María, 1976 - tradução de José Bento, in Antologia Poética, Assírio & Alvim, 2000 - documenta poetica)
SE A BELEZA...
Se a beleza em seu frescor deve ceder,
não deixes que se extinga em mim seu poderio,
pois se dei preferência a outros dons, não tive
em menosprezo o alto valor de teus favores:
a possível beleza de que me cumulaste
ou que assim parecia a quem mais que a mim quis,
pois com acréscimo gozar me concedeste
de apaixonado amor, enchendo com excesso
o jarro que aprontado levei para o encontro.
O barro fendilhado, sem gatos nem remendos,
deixa-me uma excelência a demorar a morte.
(de Marta e María, 1976 - tradução de José Bento, in Antologia Poética, Assírio & Alvim, 2000 - documenta poetica)
JEAN GENET
Na origem da beleza está unicamente a ferida, singular, diferente para cada qual, escondida ou visível, que todos os homens guardam dentro de si, preservada, e onde se refugiam ao pretenderem trocar o mundo por uma solidão temporária mas profunda. Fora de miserabilismos. (...)
(excerto de O Estúdio de Giacometti, tradução de Paulo da Costa Domingos, Assírio & Alvim, 1988 - Alfinete)
Na origem da beleza está unicamente a ferida, singular, diferente para cada qual, escondida ou visível, que todos os homens guardam dentro de si, preservada, e onde se refugiam ao pretenderem trocar o mundo por uma solidão temporária mas profunda. Fora de miserabilismos. (...)
(excerto de O Estúdio de Giacometti, tradução de Paulo da Costa Domingos, Assírio & Alvim, 1988 - Alfinete)
17.5.04
16.5.04
[três versões para um mesmo poema]
EMILY DICKINSON
The poets ligh but Lamps -
Themselves - go out -
The Wicks they stimulate -
If vital Ligh
Inhere as do the Suns -
Each Age a Lens
Disseminating their
Circunference -
c. 1864
Os Poetas acendem Lâmpadas -
Mas eles próprios - se apagam -
As Torcidas que espevitam -
Se Luz vital
Como aqui são as dos Sóis -
As Eras Lentes
Disseminando a deles
Circunferência.
(tradução de Jorge de Sena, in 80 Poemas de E. D., edições 70, 1978)
Os Poetas apenas ateiam Chamas -
Eles próprios - extinguem -
Os Pavios que acendem -
Se a Luz vital
É inerente como nos Sóis -
Cada Idade uma Lente
Disseminando-se
Circularmente -
(tradução de Cecília Rego Pinheiro, in Esta é a Minha Carta ao Mundo e outros poemas, Assírio & Alvim, 1997 - Gato Maltês)
Não faz mais do que acender Lâmpadas -
O Poeta - e vai-se embora -
São os Pavios que ele activa -
Se a Luz vive
Sempre, como um Sol -
Cada Época é uma Lente
Disseminando a sua
Esfera -
(tradução de Nuno Júdice, in Poemas e Cartas, edições Cotovia, 2000)
EMILY DICKINSON
The poets ligh but Lamps -
Themselves - go out -
The Wicks they stimulate -
If vital Ligh
Inhere as do the Suns -
Each Age a Lens
Disseminating their
Circunference -
c. 1864
Os Poetas acendem Lâmpadas -
Mas eles próprios - se apagam -
As Torcidas que espevitam -
Se Luz vital
Como aqui são as dos Sóis -
As Eras Lentes
Disseminando a deles
Circunferência.
(tradução de Jorge de Sena, in 80 Poemas de E. D., edições 70, 1978)
Os Poetas apenas ateiam Chamas -
Eles próprios - extinguem -
Os Pavios que acendem -
Se a Luz vital
É inerente como nos Sóis -
Cada Idade uma Lente
Disseminando-se
Circularmente -
(tradução de Cecília Rego Pinheiro, in Esta é a Minha Carta ao Mundo e outros poemas, Assírio & Alvim, 1997 - Gato Maltês)
Não faz mais do que acender Lâmpadas -
O Poeta - e vai-se embora -
São os Pavios que ele activa -
Se a Luz vive
Sempre, como um Sol -
Cada Época é uma Lente
Disseminando a sua
Esfera -
(tradução de Nuno Júdice, in Poemas e Cartas, edições Cotovia, 2000)
marcadores:
Americana,
comparações,
Emily Dickinson
NOVALIS
Não são as cores variegadas, os tons graciosos e o ar macio o que tanto nos entusiasma na Primavera. É o tranquilo espírito vaticinador de infinitas esperanças, um pressentimento de muitos dias felizes, da próspera existência de tão diversas naturezas, a suspeita de sublimes florações e frutos eternos e a obscura simpatia para com o mundo social que se desdobra.
(tradução de Rui Chafes, in Fragmentos de Novalis, 2ª ed: Assírio & Alvim, 2000 - documenta poetica)
Não são as cores variegadas, os tons graciosos e o ar macio o que tanto nos entusiasma na Primavera. É o tranquilo espírito vaticinador de infinitas esperanças, um pressentimento de muitos dias felizes, da próspera existência de tão diversas naturezas, a suspeita de sublimes florações e frutos eternos e a obscura simpatia para com o mundo social que se desdobra.
(tradução de Rui Chafes, in Fragmentos de Novalis, 2ª ed: Assírio & Alvim, 2000 - documenta poetica)
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