18.5.04

MARÍA VICTORIA ATENCIA

SE A BELEZA...


Se a beleza em seu frescor deve ceder,
não deixes que se extinga em mim seu poderio,
pois se dei preferência a outros dons, não tive
em menosprezo o alto valor de teus favores:
a possível beleza de que me cumulaste
ou que assim parecia a quem mais que a mim quis,
pois com acréscimo gozar me concedeste
de apaixonado amor, enchendo com excesso
o jarro que aprontado levei para o encontro.

O barro fendilhado, sem gatos nem remendos,
deixa-me uma excelência a demorar a morte.

(de Marta e María, 1976 - tradução de José Bento, in Antologia Poética, Assírio & Alvim, 2000 - documenta poetica)

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