JOHN MONTAGUE
NÃO HÁ MÚSICA
Digo-te uma verdade amarga e mal sabida.
É mais duro deixar que ser deixado:
Ficar, partir, tudo isso nos dói.
Poderás sempre ter-me para ser culpado,
Ou sonhar que podíamos ter largado;
Do esqueleto da ausência, uma ardente ficção.
Mas tenho de assumir tudo o que fiz
E, se falhar, aceitarei o fardo
Do mal que te causei & a mais alguém.
Arrancar um velho amor pela raiz,
Calcar aos pés as afeições passadas:
Não há música para tão áspera canção.
(in Uma Luz Diferente, tradução colectiva, revista completada e apresentada por Fernando J. B. Martinho, Quetzal, 1992)
NÃO HÁ MÚSICA
Digo-te uma verdade amarga e mal sabida.
É mais duro deixar que ser deixado:
Ficar, partir, tudo isso nos dói.
Poderás sempre ter-me para ser culpado,
Ou sonhar que podíamos ter largado;
Do esqueleto da ausência, uma ardente ficção.
Mas tenho de assumir tudo o que fiz
E, se falhar, aceitarei o fardo
Do mal que te causei & a mais alguém.
Arrancar um velho amor pela raiz,
Calcar aos pés as afeições passadas:
Não há música para tão áspera canção.
(in Uma Luz Diferente, tradução colectiva, revista completada e apresentada por Fernando J. B. Martinho, Quetzal, 1992)