Hoje o dia correu genericamente bem, apesar de termos sofrido uma emboscada dos homens de Arroyo que nos dizimou gravemente.(de um conto de Woody Allen)
Mais logo, na Rua de S. Filipe Nery, junto ao Largo do Rato, vai decorrer a festa de despedida de um dos espaços mais bonitos e acolhedores da cidade de Lisboa nos últimos 914 dias.
Trata-se da livraria da Catarina Trama e do Ricardo Trama, dois irmãos cheios de inteligência, afecto e simpatia que transformaram o seu apelido no nome de uma preciosa livraria, onde se podiam encontrar os títulos mais óbvios e os mais rebuscados, mas onde também se podia ouvir música, dançar, ficar sentado (ou de pé) a olhar para o ar ou a conversar descontraidamente - além dos cafés com nome de escritores. A Trama, tal como os muitos amigos e simpatizantes a conheciam, vai fechar. Mas os irmãos Trama prometem reabrir noutro local.
Aquele 25B foi espaço de subversão e de encontro. De subversão porque de encontro. Espaço de afectos. Aos profetas das desgraças todas resta dizer que a Trama é um sucesso, a Trama ultrapassou a crise, a Trama é sustentável. Porque a Trama não é apenas um negócio.
Até já. Abraço do
senhor cliente.
[na foto: os irmãos Trama e, algures ao fundo, Jorge Fallorca]