6.10.04

[a propósito e em complemento da evocação que faço na Terra da Alegria, deixo aqui um soneto de um homem lúcido, generoso e bom]

Padre ABEL VARZIM

Que fazes tu aí, oh! Cristo antigo,
Pregado nessa Cruz, eternamente?
Liberta a tua mão omnipotente,
Desprega esses teus pés... e vem comigo!

Não sabes que, sem Ti, nada consigo?
Não vês que fazes falta a tanta gente?
Oh! vem de novo como antigamente,
Viver connosco e nós contigo!

Não vens? Não queres ouvir a humilde prece
Num Mundo que, sem Ti, desaparece,
Vencido pela morte e pela dor?

Não vens? Não pode a Cruz ficar sozinha?
Pois bem: Permite, então, que seja minha!
Eu fico nela... e desce Tu, Senhor!

(publicado pela primeira vez por Domingos Rodrigues em Abel Varzim - Apóstolo Português da Justiça Social, Rei dos Livros, 1990)

[e isto anda tudo ligado: o Miguel desabafa sobre a necessidade do sobressalto para ultrapassar a dificuldade da oração quando o Tim constata que "o Amor é talvez a chave que desequilibra a favor do Bem os pratos da balança do acaso", frase que remete para o que o Lutz nos dirá na próxima 2ª feira]

1 comentário:

JPN disse...

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