29.11.06

ANA HATHERLY

AS PALAVRAS DIRIGEM-SE UMAS ÀS OUTRAS


As palavras dirigem-se umas às outras:
dormentes nos dias cinzentos
acordam nos sonhos
mas acordam-nos dos sonhos
salvadoras-matadoras
roedoras de raízes

O seu alcance é
a vastidão erma do sentido

À flor do rio do olvido
o seu brilho
flutua fugaz no corpo da grafia

(de O Pavão Negro, Assírio & Alvim, 2003)

3 comentários:

Alves Bento Belisário disse...

Gostei bastante da selecção dos poemas.
Bem hajas pelo gosto e pela divulgação da poesia portuguesa.

Abraço

palavras intermitentes disse...

Nunca aqui escrevi mas visito quase diariamente. Continue a postar; distribuir poesia na rua, para todos, sem excepção, é um bem maior que muita falta nos faz, nos dias que correm.

votos de um bom ano

margarida

tarciso disse...

instigante poema que nos leva a pensar na causa e nos efeitos das palavras...