SOFIA CRESPO
1
oh noite faroleira
descansa no colo do meu olhar
esse teu pranto tão cansado
e atormentada voz que te assiste
desolação de mares arrebentados
inquietos sonos que construíste
nessa pedra que erosa até ao céu
à sombra dos que lá poisam
porque se de mim me fui
já tenho mar que me chegue
e sempre de noite rouca
inquieto o desejo dos passos
em vigílias de coisas que não vês
para além dos horizontes
corpolados entre céus e águas
e se te alcanço a densidade
sei voar ao silêncio
não vês tu que infinita ideia?
(da sequência outros poemas para descansar, in Anunciada Embarcação na Histeria, &etc, 1997)
Já faltou mais.
Há 2 horas
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