[para juntar a estes]
ARTHUR RIMBAUD
Vogais
A negro, É branco, I vermelho, U verde, Ó azul: vogais,
Direi um dia destes vossas ocultas origens:
A, negro colete peludo das moscas infernais
Voltejando em volta de fedores que dão vertigens,
Golfos de sombra. É, canduras de tendas e vapores evanescentes,
Lanças de glaciares orgulhosos, reis brancos, arrepios de umbelas,
I, púrpuras, sangue cuspido, riso de bocas belas
Em plena cólera ou bebedeiras penitentes.
U, ciclos, vibrações divinas dos mares malcheirosos
Paz dos pastos cheios de animais, paz das rugas
Por alquimia impressas na fronte dos grandes estudiosos;
Ó, clarim supremo, cheio de ruídos e estranhas fugas,
Silêncios atravessados pelos Anjos e pelos Mundos:
- Ó Ómega, raio violeta dos seus olhos fundos!
(“subvertido para português” por Manuel Alegre, em Rouxinol do Mundo, publicações Dom Quixote, 1998)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Rimbaud ... Gostei da subversão para português.
Enviar um comentário