[outros melros LVI]
RUI PEDRO GONÇALVES
Desta vez não houve lezírias em pano de fundo.
Deixei as searas sossegadas
Imaginando o orvalho acordando os melros e as folhas da videira.
Imaginei demasiadas coisas (penso),
Enquanto os dedos da costureira nada consertam: nem o riso,
Nem a casa fechada na penumbra de uma rua qualquer.
Por acaso, abri um armário e li
Nitratos do Chile
E pensei – o mundo está bem adubado,
Bem temperado de sal, pimenta, picantes corpos.
E não encontrei nitratos no amor (erro meu, má sorte).
(in Telhados de Vidro - N.º 12 * Maio * 2009)
dois docinhos do Xana
Há 10 horas
3 comentários:
Gostei deste poema. Não conhecia.
Tirando os melros, e sem ofensa para os ditos cujos, o poema flui harmonicamente de sentido e sonoridade.
gostei dos nitratos. tenho ideia de que é no noobai que existe um poster antigo disso. ou será noutro sítio?
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