ZETHO CUNHA GONÇALVES
PELO MEU NOME
Escavo a esta mão os ventos - da onça,
sustentam a noite: quem contraceno em gesto,
e os seus olhos. Se dou um passo
tropeço noutro passo - simétrico, tropeço
na flecha. O dorso é todo o horizonte,
a sua escultura movediça.
Eu trazia o fogo na cabeça, era um pássaro.
O canto das águas seria a minha voz - a pedra,
Terra
de outra carne,
e osso -
não me houvessem roubado o fogo, não me houvessem
justificado em lenda, pelo meu nome.
(de A Palavra Exuberante, Parceria A. M. Pereira, 2004)
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