23.6.11

FERNANDO CORREIA PINA


O BIBLIOTECÁRIO SEGUNDO S. LUCAS


Estou tão bem quanto o pode estar
o que respira e ás vezes pensa
na morte inevitável, tarde ou cedo.
Habito entre o êxtase e o medo,
entre o tempo a correr pelo meu curso
e o meu curso desfeito pelo tempo.
Estas estantes são as oliveiras do meu monte...
estes livros são os apóstolos e a multidão...
acodem-me à memória muitas vezes...
Muitas vezes sou todos os homens
sós à beira de um cálice infinito.


(in Poetas e Escritores da Serra de S. Mamede, organização de Ruy Ventura, Amores Perfeitos, 2002 / originalmente da revista A Cidade, nova série, n° 3, 1989)

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