14.9.17

ALBERTO PIMENTA


Pode um poema, para além do chamado efeito estético, que não se sabe muito bem o que seja (para especialistas é simplesmente a qualidade que o torna diferente do discurso pragmático, facto quase sempre enigmático também para eles, e quanto ao que isso provoca é questão do leitor), pode, perguntava eu, criar algum alívio no leitor que se encontra em profundo estado de tristeza, ou então refrear a sua alegria efusiva levando-o a reflexões pesadas, dado que isso não se considere em si o tal efeito estético?


(primeiro parágrafo da nota final do tradutor a A Rima do Velho Marinheiro, de S. T. COLERIDGE, Edições do Saguão, 2017)

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