ÀLEX SUSANNA
INTEMPÉRIE
O medo trepa em nós
como a hera precoce:
de repente estamos debruçados
sobre o precipício da idade,
depressa demais para saber o que fazer
e a intempérie é o único refúgio
onde podemos aprender a conviver
com aquilo que somos,
sozinhos com o medo de saber
bem demais onde nos encontramos
e a inutilidade futura
de todo o saber: a única certeza
de que jamais nos libertaremos.
(de Les anelles dels anys / Os Anéis dos Anos, 1991, in Os Anéis do Tempo, tradução de Egito Gonçalves, Limiar, 1995 - os olhos e a memória)
POEMS FROM THE PORTUGUESE
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