D. Frei ALEXANDRE DA SAGRADA FAMÍLIA
À meninice
____Da bela natureza
Que viçosa frescura! o vício feio
Não a pode abafar co'as negras asas,
____Murchar c'o bafo ardente.
A paz, filha do céu, repoisa n'alma,
A alegria no plácido semblante
____Do tenro pequenino.
A saraiva cruel assole os campos,
Ou torrada a seara as esperanças
____Do lavrador desminta.
Negros fumos espalhe sobre as terras,
De humano sangue tinja as águas claras
____A guerra assoladora.
Junto à fonte brincando, alvas pedrinhas
Ajunta e lança ao rio sem cuidado.
____De rosas, de mosquetas,
Co'a murta verde tece uma capela
Para a mãe, que nos braços o agasalha.
____Que beijinhos tão doces
Em os beiços maternos colhe alegres!
Se pudéreis voltar, dias antigos!
(in Poesia Açoriana do Século XVIII a 1975, selecção, prefácio e notas de Pedro da Silveira, livraria Sá da Costa, 1977 - recolhido de D. Frei Alexandre da Sagrada Família, a Sua Espiritualidade e a Sua Poética, de Ofélia M. Caldas Paiva Monteiro, 1974)
Luzes
Há 12 horas
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