EDUÍNO DE JESUS
REGRESSO ETERNO
Outra vez o grito
da minha antiguidade:
e eu mesmo repetido
outra vez marinheiro.
Outra vez o grito
da esperança renascida,
e eu mesmo repetido
outra vez afogado.
Outra vez o grito
dos teus olhos esperando o meu regresso:
e eu mesmo repetido
outra vez o mar dando à costa o meu corpo roído dos peixes.
1952
(de O Rei Lua, 1955; in Os Silos do Silêncio – Poesia (1948-2004), Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2005 – Biblioteca de Autores Portugueses)
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