FERNANDO ESTEVES PINTO
A ausência é um desejo do silêncio.
Um encontro incomunicável do corpo com as coisas.
Como escutar os sons do leite na profundidade dos seios.
Libertas o pensamento lentamente à espera do dia.
Vem das sombras crescendo o lugar da dúvida.
Dos olhos começa a distância do caminho.
Aqui nasce o tremor das pálpebras,
os anéis da claridade lenta.
A legibilidade fria do vazio.
Através do contacto físico do corpo
subsiste a impenetrável construção do poema.
(de Área Afectada, Temas Originais, 2010)
Luzes
Há 2 horas
2 comentários:
Muito bom mesmo. E parece que vai numa direcção que eu acho muito interessante: é o corpo que escreve o poema, o corpo de dentro, os sons do leite na profundidade do seio,
o som do poema no interior do corpo.
um grande abraço
jorge vicente
É um olhar para as coisas com um olhar que não consigo captar, mas, nem por isso, posso deixar de admirar. Sou poeta do simples. Valeu!
www.nosdominiosdapalavra.blogspot.com caso queira me dar o prazer.
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