Foi apresentada, no passado dia 9, a antologia O Prisma das Muitas Cores, com poemas de amor de 135 autores de Portugal e do Brasil. Foi organizada pelo Victor Oliveira Mateus e tem prefácio de António Carlos Cortez. A ilustração da capa é de Júlio Cunha e tem a chancela da Editora Labirinto. Nela consta um poema meu, que transcrevo.
Os teus olhos abertos são do tamanho dos meus dedos
E não falam de silêncios nem de sombras
Nem de coisas de sonhar.
Os teus olhos lembram segredos de riso,
Pequenas palavras que se dizem poucas vezes.
É nos teus olhos que sei o rumor da minha história –
Olhos de quem cresce a olhar.
(sei que enquanto me olhas respiras)
Só eu desejo a tua boca,
Pedaço antigo de sede e confronto
Por onde entra a luz jubilosa que respiras.
Da tua boca sei que traz gestos de nomes ditos
Enquanto tudo à volta acontecia.
E com os dedos percorres o sibilar da língua,
Tocas objectos que são a pele do mundo
Com a delicadeza própria de lábios.
E os teus dedos são do tamanho dos meus olhos abertos.
4 comentários:
Bonito poema de amor, Rui.
Um beijo.
um único verbo
... e toda a explicação do mundo!
Adorei!
Muito bonito.
Não conhecia muito da poesia "da casa". Fiquei fã!:)
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