HAN SHAN
Humana vida estar na poeira agitação
Exactamente como bacia meio insecto
Todo o dia avançar girar girar
Não deixar sua bacia meio
Imortais não poder obter
Preocupações planos sem esgotado
Anos meses como corrente água
Num instante estar velho
A vida humana situa-se na agitação da poeira
Exactamente como um insecto no meio de uma bacia
O dia todo avança girando girando
Não sai do meio da bacia
Os imortais não podem ter
Preocupações planos sem fim
Anos meses são como água que corre:
De repente está-se velho
(in O vagabundo do Dharma / 25 poemas de Han-Shan, Caligrafias de Li Kwok-Wing; Tradução do chinês de Jacques Pimpaneau; Versões poéticas de Ana Hatherly, Cavalo de Ferro, 2003)
Vive o homem a vida numa tigela de poeira
É como bichinhos dentro de um jarro
Todo o dia andando à volta
Nunca sai lá de dentro.
Não nos calha a ventura
Só temos em sorte desgraças
O tempo parece um rio
Que corre. Um dia, acordamos velhos.
(in Uma Antologia de Poesia Chinesa por Gil de Carvalho, Assírio & Alvim, 1989 e 2010 - Assíria)
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