11.11.10

HAN SHAN




Humana vida estar na poeira agitação

Exactamente como bacia meio insecto

Todo o dia avançar girar girar

Não deixar sua bacia meio

Imortais não poder obter

Preocupações planos sem esgotado

Anos meses como corrente água

Num instante estar velho




A vida humana situa-se na agitação da poeira
Exactamente como um insecto no meio de uma bacia

O dia todo avança girando girando
Não sai do meio da bacia

Os imortais não podem ter
Preocupações planos sem fim

Anos meses são como água que corre:
De repente está-se velho


(in O vagabundo do Dharma / 25 poemas de Han-Shan, Caligrafias de Li Kwok-Wing; Tradução do chinês de Jacques Pimpaneau; Versões poéticas de Ana Hatherly, Cavalo de Ferro, 2003)


Vive o homem a vida numa tigela de poeira
É como bichinhos dentro de um jarro
Todo o dia andando à volta
Nunca sai lá de dentro.
Não nos calha a ventura
Só temos em sorte desgraças
O tempo parece um rio
Que corre. Um dia, acordamos velhos.


(in Uma Antologia de Poesia Chinesa por Gil de Carvalho, Assírio & Alvim, 1989 e 2010 - Assíria)

Sem comentários: