PEDRO TAMEN
17. AINDA ELE:
Não, não sou bom nem sou mau,
apenas estendo as mãos no negro
futuro talvez inexistente
e só a ti encontro,
numa luz súbita e plena
que afinal nada prenuncia.
E sento-me então no fosco adereço
que não sei quem aqui me dedicou
e olho ao longe o nada desta noite
que um dia, sabes, acabará sem mim.
(de Um Teatro às Escuras, publicações Dom Quixote, 2011)
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