LI BAI
Ode à Lua na montanha Emei
A Lua de Outono, em quarto crescente,
brilha sobre a
montanha Emei,
sua claridade pálida cai
e corre com as
águas do rio Ping.
Deixo Qingsi, esta noite,
rumo às Três
Gargantas do Grande Rio.
Passo diante de Yuzhou e penso em vós,
não fui capaz
de vos dizer adeus.
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[nota do Tradutor:] Considerado há vários séculos um dos
mais perfeitos de toda a poesia chinesa, eis um poema de "impossível"
tradução. Trata-se de uma despedida, Li Bai aos 26 anos pede desculpa a um
amigo por não o haver visitado. As referências geográficas e os topónimos
(todos na província de Sichuan), que em chinês cadenciam rima e ritmo,
desfiguram o poema, em qualquer outra língua.
A Lua, do alto do céu, observa a Terra inteira e aproxima os
amigos ou amantes distantes, basta que ambos, em lugares diferentes, olhem a
Lua exactamente a uma mesma hora. Este poema, dada a inexistência de géneros
masculino e feminino na língua chinesa, pode ser dedicado não a um amigo mas a
uma mulher, transformando-se num poema de amor.
Ode à Lua na montanha Emei
(desenho de autor desconhecido para um poema de Li Bai)
(in Poemas de Li Bai, tradução, prefácio e notas de António Graça de Abreu, Instituto Cultural de Macau, 1990)
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