[EDUARDO GAGEIRO, 25-4-74, Terreiro do Paço]
Não há mais mãos que valham o silêncio
Do que as visíveis na fotografia
Do momento em que um Homem trinca o lábio
Inferior. Fica a fracção desses sonhos
Somando aleatoriamente letras
E números do acaso da História
(eme, é, dezanove, dezanove)
Contada aos olhos atentos, contada
De memória em fragmentos junto ao
Mesmo Tejo da infância de nós
Todos. Uma matrícula de carro
De combate, a voz de gente calada
A caminho de outro dia, de outra
Vida trazida para a fraternidade.
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