JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA
INDÚSTRIA
Não sei ser útil como a chuva
nas raízes das árvores,
ou o osso que o cão fareja:
já tentei – se tivesse
de dançar como uma abelha,
em frente da colmeia,
de certo erraria os passos
e indicaria um rumo estéril.
O destino, erros na transcrição
de aminoácidos, uma educação
inadvertidamente condenada
ao fracasso? Já tive
momentos de felicidade,
ignorando mãos, gestos,
propósitos, temo que,
um dia destes, a minha
morte não sirva para nada.
(de De Passagem, Assírio & Alvim, 2018)
Sem comentários:
Enviar um comentário