ÁNGEL CRESPO
Nasceu em 1926, em Ciudad Real, Espanha.
Autor de uma importante obra poética, publicada ao longo de mais de quarenta anos, traduziu rigorosamente para o castelhano grandes nomes da literatura mundial, incluindo alguns lusófonos, como Pessoa ou Guimarães Rosa. Foi também crítico e director de revistas literárias, além de Professor de Literatura Comparada em diversas universidades.
Morreu em 1995, em Barcelona.
NOCTURNO
La rosa, como un jarro de agua fresca en lo oscuro,
lo mismo que una música que ardía y se ha cerrado,
puede huir de la mano que sin querer se acerca
y anidar en el hueco que un suspiro le cava:
la rosa, que conoce el vuelo del olvido
apenas a unas plumas las alas se insinúan;
la rosa, única y todas, diamante e instrumento:
no el lirio, experto en todas las traiciones florales.
(de Délficas, in Iniciación a la sombra, Hiperión, 1996)
NOCTURNO
A rosa, como um jarro de água fresca no oculto,
igual a uma música ardendo que se fechou,
pode escapar-se da mão que sem querer se aproxima
e aninhar-se no vazio que um suspiro lhe cava:
a rosa, que sabe o voo do esquecimento
somente a umas penas as asas se insinuam;
a rosa, única e todas, diamante e instrumento:
não o lírio, sabedor de todas as traições florais.
(tradução minha)
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Há 1 hora
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