ALGUMAS MODAS DO ENTRUDO
Ó entrudo, ó entrudo
Ó entrudo chocalheiro
Que não deixas assentar
As mocinhas ao soalheiro
Eu quero ir para o monte
Eu quero ir para o monte
Que no monte é que eu estou bem
Que no monte é que eu estou bem
Eu quero ir para o monte
Eu quero ir para o monte
Onde não veja ninguém,
Que no monte é que eu estou bem
Estas casas são caiadas
Estas casas são caiadas
Quem seria a caiadeira
Quem seria a caiadeira
Foi o noivo mais a noiva
Foi o noivo mais a noiva
Com o ramo de laranjeira,
Quem seria a caiadeira
(versão interpretada por José Afonso no seu álbum Traz outro amigo também, de 1970)
Eu quero ir para o monte
Quero ir para o monte
Que no monte é que eu estou bem
Que no monte é que eu estou bem
Eu quero ir para o monte
Quero ir para o monte
Que no monte é que eu estou bem
Onde não tenha ninguém
Estas casas estão caiadas
As casas estão caiadas
Quem seria a caiadeira
Quem seria a caiadeira
Foi o noivo mais a noiva
O noivo mais a noiva
Com um ramo de laranjeira
Quem seria a caiadeira
_________________________
Ó entrudo, ó entrudo, ó entrudo chocalheiro
Ó entrudo chocalheiro
Não deixas parar as moças sentadas ao soalheiro
Sentadas ao soalheiro
Moleirinha dá-me um homem se ele não fora velhaco
Se ele não fora velhaco
Quando vai para o Inferno, leva-me aqui ele no saco
Leva-me aqui ele no saco
Moleirinha dá-me um homem se ele não fora ladrão
Se ele não fora ladrão
Quando vai para o Inferno, leva-me aqui ele na mão
Leva-me aqui ele na mão
Meus senhores vai o entrudo, cachopas deixai-o i
Cachopas deixai-o ir
Daqui a sete semanas o entrudo torna a vir
O entrudo torna a vir
(versões interpretadas por Zeca Medeiros e pelo coro Cramol, no CD Cantigas de Amigos, projecto colectivo de 1999, acompanhadas da seguinte nota:
"Duas versões acopladas desta famosa moda (canção) beirã. A segunda versão é bastante desconhecida e contrasta com o ambiente da primeira")
Tónio Sacoto,
Que lá está ao canto, (bis)
Dá-lhe lá um lenço
Que se baba tanto. (bis)
Entre as numerosas letras com que se canta esta cantiga do Entrudo, consignemos, como mais curiosas, as seguintes:
Tónio Sacoto,
Foi ao Ladoeiro, (bis)
A comprar laranjas,
Não tinha dinheiro. (bis)
Chamais ao um velho,
Tôco de oliveira (bis)
Cheio de formigas,
Não há quem o queira. (bis)
O velho m disse
Que fosse com ele (bis)
A levar as vacas
Junto ao Valverde. (bis)
Tónio Sacoto,
Tem umas cuecas, (bis)
Que as ganhou ele
A guardar marrecas. (bis)
(recolha de Michel Giacometti e de Fernando Lopes-Graça, incluída no disco relativo às Beiras da colecção Portuguese Folk Music, editada em CD pela Strauss, em 1998, integrado no "Projecto discográfico do Ministério da Cultura")
O TEMPO DO ENTRUDO
O tempo do entrudo
É um tempo louco
Faz sair as velhas
Fora dos "atoucos"
E não sei se é por ser
As voltas do entrudo,
Acho o meu amor
Demudado em tudo.
Demudado em tudo
Demudado em nada;
Não sei se é por ser
Voltas d'entruda(da).
Algum dia era eu
E agora já não,
Da tua roseira
(E) o melhor botão.
E não sei se é por ser
As voltas do entrudo,
Acho o meu amor
Demudado em tudo.
Demudado em tudo
Demudado em nada;
Não sei se é por ser
Voltas d'entruda(da).
(Granja de Mourão)
(recolha de Michel Giacometti e de Fernando Lopes-Graça, incluída no disco relativo ao Alentejo da colecção atrás referida)
Lá em baixo está o entrudo
De gordo não pode andar
De gordo não pode andar
Que comeu um burro morto
Entre o almoço e o jantar
De gordo não pode andar
Ó entrudo, ó entrudo
Ó entrudo chocalheiro
Que não deixas assentar
As mocinhas ao soalheiro
Ó entrudo chocalheiro
Estas casas são caiadas
Estas casas são caiadas
Quem seria a caiadeira
Foi o noivo mais a noiva
Com um ramo de laranjeira
Quem seria a caiadeira
Cá em baixo vai o entrudo
Em farrapos pelo chão
Que comeu um burro morto
Entre o Inverno e o Verão
Em farrapos pelo chão
O entrudo foi á vila
Já não quer de lá sair
Caiu dentro duma pipa
Dá-lhe a mão que quer subir
Já não quer de lá sair
(incluída no álbum de José Afonso, Galinhas do Mato, de 1985 - interpretada por Janita Salomé)
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