6.3.04


(Alberto Giacometti, estudo para Homem Caminhando)

MÁRIO RUI DE OLIVEIRA

O VENTO DA NOITE


De olhos cerrados, num autocarro, até me perder. Vazio, indigente, puro, regresso suplicando compaixão. É tarde. O crepúsculo já pronunciou o seu nome e não sei onde fica a minha casa.
Rente aos muros, coração descalço, persigo o vento da noite, o murmúrio de uma voz.

(de O Vento da Noite, Assírio & Alvim, 2002)

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