[500 anos depois - 5]
JOÃO MIGUEL FERNANDES JORGE
CEMITÉRIOS JUDEUS
Também eu tenho mortos sob
a praça e a rua da cidade
e quando me sento, pelo fim de
uma tarde, no conforto dos pesados
bancos de madeira
das igrejas mais antigas
repouso sobre os corpos mortos que
talvez tenham sido lugar de vida. Então
eles também me pertencem e os lábios
como podem dizer palavra de
oração?
E estando vivo o meu pai já não o tenho
porque perdeu o meu nome.
O amarelo, a cor da alegria, junto a
um rosto que se vai esquecer.
Nem os meus sonhos são de um amante
forte. (Resposta a Yehuda Amikai.)
(de Bellis Azorica, Relógio d'Água, 1999)
21.4.06
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