18.4.06

[para acrescentar às outras três versões]

DYLAN THOMAS

A MÃO QUE ASSINOU O PAPEL...


A mão que assinou o papel derrubou uma cidade;
Cinco dedos soberanos decidiram a sorte,
Duplicaram os mortos, dividindo um país;
Foram cinco reis a dar a um rei a morte.

A mão poderosa levou a um ombro caído
Quando as falanges dos dedos se crisparam;
Um bico de pato pôs fim ao crime
Que pôs fim àqueles que falaram.

A mão que assinou o tratado trouxe febre,
Fez crescer a fome, vieram gafanhotos;
Grande é a mão que determina
Com um garatujar, o número de mortos.

Os cinco reis contam os mortos mas não saram
Chagas que já endureceram; nem podem afagar.
A mão governa a dor como outra mão o céu;
Nas mãos não há lágrimas que chorar.

(tradução de Victor Palla in Poemas do Inglês, Ler editora, 1985)

1 comentário:

Ruy Ventura disse...

Ainda há outra versão, a do Ivan Junqueira. Abraço!