[o Tim vai permitindo que seja dia da Terra da Alegria]
MARIA DE LOURDES BELCHIOR
ALEGRIA
Era à tarde... À flor da pele um arrepio
brisa suave na tarde distante
coalhadas sombras entre pinheirais,
perdidos, isolados, brancos os casais
alvejavam teimosos por entre as sombras
Iguais a quantos mais estes finais de
tarde virgilianamente evocados?
E no entanto, em cada fim de dia, ao cair da
tarde, cresce serena a morte, esgota o tempo:
sorve-o na noite e retoma-o no dia
Donde a melancolia do fim do dia?
Donde o medo obscuro do escuro da noite?
Terra, vento, lamento de quem? Imitação
ritual de ancestrais pesadelos. Agonia
de fim do dia. Donde a alegria?
Tudo sombra na noite? Do ventre na noite
nasce outra vez o dia. Donde a alegria?
(de Gramática do Mundo, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985 - Biblioteca de Autores Portugueses)
POEMS FROM THE PORTUGUESE
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