PAULO DA COSTA DOMINGOS
Falo do prodígio, da festa, do licor
de frutas raras e escassas. Do tempo
cansativo, é coisa de que menos falo,
no espaço procuro o furor do teu éter.
Só não posso ganhar a partida à sorte,
pensei até na mesa pé-de-galo mas desleal
será por força de rito evocar-te,
pedir à madeira o aroma que de ti
retém o bosque. Nunca eu me perdi
nas tuas sábias barreiras, esse paradoxo
intemporal: a queda de Lúcifer. Vamos,
vamos, olha que o Mundo não aguarda,
fenece como um cadáver se o chamamento
do nosso riso o não salvar.
(de Abside, 1992 – in Carmina 1971-1994, Antígona, 1995)
Já faltou mais.
Há 2 horas
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