MARGARITA ALIGER
LÁGRIMAS DOS OLHOS, COMO CENTELHAS DE SÍLEX
Lágrimas dos olhos, como centelhas de sílex,
como uma palavra justa, arrancar para que serve?
Nada há de especial. A palavra é como fogo,
e o coração do homem não vive de soluços.
Não é absolutamente isso que me atormenta.
Mas levantarmo-nos de madrugada, à chegada do dia,
a dizer a quem vai à frente:
- Felicidades! –
Dar-lhes uma canção, com toda a alegria,
que proteja como uma autêntica armadura,
das palavras que soam vãs e falsas.
Queremos do homem não a centelha mas o fogo.
(tradução de Manuel de Seabra, in Antologia da Poesia Soviética, editorial Futura, 1973)
Há mais vida para além do azul
Há 3 horas
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