7.7.09

JORGE DE AMORIM

AS MÃOS


Margens derivam. Lisura
das mãos, não rígidas. Rectas.
Nem açude: a que submetas,
torrencial, a ternura.
Murmulho. Espuma: fervente
caudal! Paralelamente,
ternas, derivam. E as horas
nas palmas brancas esquivo.
Ah, mãos? Nunca agarradoras
do coração fugitivo.


(de A Beleza e as Lágrimas, edição do Autor, 1957)

Sem comentários: