VASCO MIRANDA
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Rios de sombra e ciúme
Cavalgando a antemanhã
E nas esporas de meu canto
Velas de barcos aportando
Velas de todos os ventos
Velas de todos os cais
Velas de todas as lotações
Poeta e navio singrando
Nas ondas submergidas
As moídas canções de regresso
Tatuagens a cobardia e silêncio
Nas gargantas enrouquecidas
De vermes encadernados
Rios de sombra e ciúme
Como de inúteis distâncias
Poeira de ventos apenas
Dispersas mortes errando
(de Invenção da Manhã, 1963)
mas é romano ou romântico?
Há 14 horas
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