20.6.10


O dia 26 de Maio de 2000, fui ver agora, calhou a uma sexta-feira. Lembro-me de que nesse dia estava aquele calorzinho ameno de Primavera, tão habitual em Lisboa. Decorria a Feira do Livro e, durante a tarde, lá fui para o Parque Eduardo VII. Deviam ser umas 3 horas quando me apercebi de que José Saramago estava junto ao pavilhão da Caminho para dar autógrafos. E sem ninguém a fazer fila, o que para mim foi surpreendente - nunca tinha pedido um autógrafo a Saramago, exactamente por causa das filas. Comprei o Ensaio sobre a Cegueira, que lhe apresentei para me assinar, juntamente com o Memorial do Convento, que andava a ler e que trazia na pasta. E fui-lhe pedindo desculpa por ser um exemplar usado, pois tinha-o comprado num alfarrabista. Saramago, então, sorriu-me e disse: «eu também comprei muitos livros em alfarrabistas e devo muito a isso.»

Neste momento, não posso deixar de associar a morte de Saramago com o fecho do espaço da Trama, uma livraria que também era alfarrabista e onde encontrei belas preciosidades.

3 comentários:

Graça Sampaio disse...

Pois. Um homem simples...

{anita} disse...

ehhhh!
(tanto Saramago que li e não tenho nada autografado...)

Márcia Maia disse...

e daqui do inverno, um feliz verão. ;)0