RAFAEL DIONÍSIO
ESTE É O MAR DE ANTEONTEM
este é o mar de anteontem
assim, plano, pleno, em respirar
já houve assim antes quando a cabeça para baixo
quando a impulsão da água faz da vertical
do mergulho para estar noventa graus é
essa espécie de descorporização
ou a alucinação ou a miragem
ou a suspensão num jardim de xisto
ou as cores míopes das algas
com os sentidos se me dizes desligados
dos olhos que dissolver na água,
num movimento inabitual que nós,
as criaturas da gravidade, assim,
para o fundo é aquático, o corpo
todo em desaparece anteontem,
com essa desencarnação da mente,
da mente corpo, isto assim é exacto:
é a sublimação
(in Ópio, vol. 2.1 - Inverno 2000/1)
Luzes
Há 2 horas
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