ANTÓNIO FRANCO ALEXANDRE
PRIMEIRAS MORADAS
3
rir não sossega, a terra
só pouco a pouco dura. não existe
coisa nenhuma que se não visite;
a pastilha do ar dá-nos o grito
certo no som, no gosto, no ruído;
já as coisas visíveis aborrecem.
inverno a mais ou menos vou viver
uma arte cheiínha de razões
numa casa de viscos permanentes. hoje
é manhã cedo no célebre paquete
desembrulhado a meio pelo cais
e doces serpentinas, apetece
mascarar-nos tamanho natural,
a pele contra a pele, que surpresa
sentir a fina, fria porcelana!
tão pouca graça achamos
nas palavras, a vazia
conversa dos postigos.
(de As Moradas, 1987)
PRIMEIRAS MORADAS
3
rir não sossega, a terra
só pouco a pouco dura. não existe
coisa nenhuma que se não visite;
a pastilha do ar dá-nos o grito
certo no som, no gosto, no ruído;
já as coisas visíveis aborrecem.
inverno a mais ou menos vou viver
uma arte cheiínha de razões
numa casa de viscos permanentes. hoje
é manhã cedo no célebre paquete
desembrulhado a meio pelo cais
e doces serpentinas, apetece
mascarar-nos tamanho natural,
a pele contra a pele, que surpresa
sentir a fina, fria porcelana!
tão pouca graça achamos
nas palavras, a vazia
conversa dos postigos.
(de As Moradas, 1987)
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