JOAN MIRÓ
RAUL DE CARVALHO
(Joan Miró, Le soleil rouge ronge l'araignée)
Le soleil rouge ronge l'araignée, 1948
óleo sobre tela
Nahmad Collection, Suiça
RAUL DE CARVALHO
(Joan Miró, Le soleil rouge ronge l'araignée)
Foi Deus que me disse
que existe uma aranha
que existe o sol
que existe um pintor
e que Deus deu a alma a esse pintor
para que ele com estes quatro elementos
a aranha o sol e a vontade de Deus
pudesse fazer com uma teia de aranha
uma constelação
semear dentro dela
sementes de alegria
a alegria que está nascendo
no sol na aranha na alma nos olhos
Foi Deus que me disse
que a alegria tem olhos!
Constantemente me salvo!
Mas é sempre à minha custa
Fico sempre com um pouco
mais de sombra no olhar
Quando julgo que chegou
enfim a minha vez
Ouvir um coração a bater
é o bastante para
Saltar ao eixo apanhar amoras
acreditar que em minhas mãos
o suor é mais brilhante do que o sol
E dizer-te —
Amor o teu sorriso
neste momento é eterno!
(de Mesa da Solidão, 1955)
Sem comentários:
Enviar um comentário