O vento a fazer-me chorar, o vento
Solução fácil para a descoberta
Da desilusão. O vento é a perda
Do corpo arrumado, dos dedos limpos,
A dar-me conta da força que tenho
Em cada fenda nos lábios. O vento
Coisa invisível, macia, letal,
Sopro em mim de fora, desordenado.
O vento é sal, subida, espécie de onda
A cobrir saudades na praia mansa
Em que os pés se enterram na vaga areia.
E muda, o vento, quando agita árvores
De grande porte, de folhas incertas.
Muda para ser o que é, silente.
1 comentário:
Gostei de lê-lo a si, desta vez.E gosto de lê-lo sempre-
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