ALEXANDRE PINHEIRO TORRES
O MONOPÓLIO DA SABEDORIA
Homens sábios avançam pelas planícies
chegam ao pé de nós e dizem Vocês são
aves de rapina Nós pequeninos ratinhos
E logo nos crescem duríssimas asas
e garras de afiadas pontas e vemo-nos
a pairar ameaças entre mar e terra A nossa
sombra alastra nas campinas sobreiros
e oliveiras É isto um pesadelo?
Acordamos suando a tactear de novo o mundo
Homens ainda mais sábios entram-nos nas searas
e dizem Vocês afinal são lobos e nós cabrinhas
Pulando de raiva andamos à volta nas clareiras
repelimos os sábios mas alguns dos nossos dizem-nos
Olhem como despontam já as vossas orelhas de lobo
E correm amedrontados a juntar-se às cabrinhas
e estas festejam-nos com almudes de vinho e leitinho
(de O Ressentimento dum Ocidental, Moraes editores, 1981)
O MONOPÓLIO DA SABEDORIA
Homens sábios avançam pelas planícies
chegam ao pé de nós e dizem Vocês são
aves de rapina Nós pequeninos ratinhos
E logo nos crescem duríssimas asas
e garras de afiadas pontas e vemo-nos
a pairar ameaças entre mar e terra A nossa
sombra alastra nas campinas sobreiros
e oliveiras É isto um pesadelo?
Acordamos suando a tactear de novo o mundo
Homens ainda mais sábios entram-nos nas searas
e dizem Vocês afinal são lobos e nós cabrinhas
Pulando de raiva andamos à volta nas clareiras
repelimos os sábios mas alguns dos nossos dizem-nos
Olhem como despontam já as vossas orelhas de lobo
E correm amedrontados a juntar-se às cabrinhas
e estas festejam-nos com almudes de vinho e leitinho
(de O Ressentimento dum Ocidental, Moraes editores, 1981)
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